Celebração das Mulheres na Tecnologia
Na vibrante noite carioca, à beira da piscina do Fairmont, o Rio de Janeiro se destacou como um importante palco global. O evento do Women in Tech Program, que celebrou uma década de sua iniciativa, ocorreu simultaneamente em seis cidades ao redor do mundo: Londres, Lisboa, Dublin, Vancouver, Doha e, claro, o Rio. Um grupo seleto de vinte mulheres se reuniu em torno de um propósito comum: criar e fortalecer conexões enquanto discutiam o papel das mulheres no setor de tecnologia em tempos de profunda transformação.
Sob a liderança de Beatriz Mello, embaixadora do programa Women in Tech, o encontro carioca foi marcado pela leveza e intensidade de um diálogo entre iguais. A anfitriã Beatriz me fez refletir sobre a imagem de uma nova geração de executivas brasileiras que operam no cenário global sem deixar de lado suas raízes. Sua curadoria revelou-se excepcional, reunindo diversas trajetórias, alta densidade intelectual e uma energia que equilibrava celebração e propósito.
O evento também coincidiu com o lançamento do Women in Tech 2025 Report, um estudo abrangente sobre a presença feminina no setor tecnológico. Com a participação de 671 mulheres em mais de 40 países, o relatório revela um panorama complexo: cerca de 77% das participantes utilizam inteligência artificial em seu cotidiano profissional e três em cada quatro acreditam que a tecnologia pode ser uma ferramenta para melhorar a equidade de gênero. Entretanto, 56% das mulheres ainda se sentem pressionadas a optar entre carreira e família, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
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Fonte: rjnoar.com.br
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Fonte: reportersorocaba.com.br
Desafios e Oportunidades no Setor Tecnológico
A percepção de retrocesso em termos de igualdade de gênero também ganhou destaque, com 60% das entrevistadas afirmando que o equilíbrio de gênero em tecnologia piorou em 2025. Além disso, apenas 39% enxergam as empresas tomando medidas eficazes para combater a desigualdade. Apesar desses desafios, um dado alentador surgiu: 81% das mulheres se sentem confiantes para assumir papéis de liderança, uma taxa recorde desde o início da pesquisa.
No jantar carioca, essa confiança se materializou em rostos conhecidos. Entre os presentes estavam mulheres que, na prática, exemplificam as tendências apontadas pelo relatório: liderança, colaboração e inovações locais com repercussão global. A secretária municipal de Ciência e Tecnologia, Tatiana Roque, trouxe uma perspectiva valiosa, apresentando o projeto Rio AI City, que integra inteligência artificial em políticas públicas, transformando o Rio em uma verdadeira cidade-laboratório.
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Fonte: feirinhadesantana.com.br
Karina Trinkos, fundadora da comunidade NinaTalks, é um exemplo claro de como conteúdo e design podem funcionar como ferramentas de engajamento em larga escala. Já Paula Martini, futurista e pesquisadora da “internet das pessoas”, reflete em suas análises a urgência de repensar a relação entre inteligência artificial e humanidade. O encontro aconteceu em um momento crucial em que o Rio se estabelece como um ponto de conexão entre criatividade e tecnologia.
A Força das Conexões
A verdadeira força daquelas conversas não advinha de discursos ensaiados ou painéis formais, mas da autenticidade nas interações, do reconhecimento mútuo e da sensação de pertencimento criada entre as participantes. A noite foi marcada pela leveza, entre risos e música, refletindo a convicção de que a construção de pontes é, de fato, um ato político. O jantar não se centrou em visibilidade, mas em profundidade. Reunir mulheres que fomentam o ecossistema tecnológico a partir de diferentes interpretações, conectadas por uma crença comum de que inovação e diversidade são inseparáveis, foi o verdadeiro valor do evento.
Ao final da noite, a premissa de que ‘think global, act local’ vai além de um mero slogan foi reafirmada como uma estratégia com impacto real. Eventos desse tipo reafirmam o compromisso em diminuir a lacuna de gênero na tecnologia, e o Rio demonstrou que tem um papel central neste movimento, tornando-se um espaço criativo, acolhedor e capaz de gerar discussões que reverberam muito além da cidade. Ser parte desse evento foi uma oportunidade de testemunhar como o Brasil está inserindo sua voz feminina, plural e tecnológica em uma conversa global a respeito do futuro.
Iona Szkurnik, fundadora e CEO da Education Journey, uma plataforma de educação corporativa que utiliza inteligência artificial para criar experiências de aprendizado personalizadas, participou ativamente do evento. Com um mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona faz parte da criação da primeira plataforma de educação online da universidade e traz uma vasta experiência do setor de SaaS de edtechs no Vale do Silício, além de ser cofundadora da Brazil at Silicon Valley e mentora de mulheres empreendedoras.
