Críticas à Segurança do Louvre Após Furto de Jóias
A recente onda de críticas à segurança do Museu do Louvre se intensificou após o roubo de oito peças valiosas, levando a debates acalorados sobre a gestão e as políticas de diversidade implementadas na instituição. Dominique Buffin, a primeira mulher a assumir a chefia da segurança do museu, foi alvo de duras acusações ligadas à sua nomeação, que alguns políticos alegam ter ocorrido por uma suposta ‘política de feminização’.
No último dia 19 de outubro, o Louvre sofreu o que foi descrito como o “roubo da década”, onde jóias da coroa francesa, incluindo a cobiçada coroa imperial da imperatriz Eugénie, foram levadas em um curto espaço de tempo. O item, que possui mais de 1.300 diamantes, foi recuperado logo após o incidente, mas outras peças ainda estão desaparecidas.
A acusação contra Buffin ganhou força quando Marion Marechal, líder do partido de extrema-direita Identidade-Liberdades, fez um apelo nas redes sociais pedindo não apenas a renúncia de Buffin, mas também da diretora do museu, Laurence des Cars. Marechal declarou que as contratações deveriam priorizar o mérito para não comprometer a segurança do patrimônio cultural da França.
O clima de indignação foi ampliado com a declaração de Marine Le Pen, líder do Rally Nacional, que chamou o incidente de “ferida na alma do país”. Jordan Bardella, presidente do mesmo partido, se mostrou igualmente alarmado, questionando até onde o Estado permitiria que falhas graves como essa continuassem. Para ele, o roubo representa um insulto intolerável.
As falhas na segurança do Louvre foram reconhecidas até mesmo por membros do governo. O Ministro da Justiça, Gérald Darmanin, afirmou que a situação expõe as fragilidades do sistema de segurança, observando que foi possível mover mobiliário e roubar itens preciosos em plena luz do dia. Darmanin complementou que a segurança do museu precisa de uma reforma significativa.
Laurence des Cars, a diretora do Louvre, já havia solicitado uma auditoria sobre as medidas de segurança em 2021. No entanto, a ministra da Cultura, Rachida Dati, informou que as recomendações ainda estavam sendo implementadas. Dati reforçou que o alarme do museu foi acionado durante o incidente, e cinco funcionários intervieram conforme os protocolos de segurança, embora isso não tenha sido suficiente para evitar o roubo.
Com o roubo, as autoridades francesas estão sob pressão para reavaliar e reforçar as medidas de segurança em museus e locais culturais em todo o país. O Ministro do Interior, Laurent Nunez, já pediu aos prefeitos que tomem ações imediatas, refletindo a preocupação crescente com a proteção do patrimônio cultural francês.
Dati destacou que as investigações estão em andamento e que as evidências estão sendo analisadas. As autoridades obtiveram imagens de uma motocicleta utilizada pelos criminosos, que já estão em fase de identificação. Ela também elogiou os agentes de segurança que, apesar da ocorrência do incêndio, conseguiram evitar uma situação ainda mais grave.
O furto na Galeria Apollo, onde o Diamante da Coroa está exposto, ilustra a vulnerabilidade da segurança em um dos mais importantes museus do mundo. O roubo, que levou menos de quatro minutos para ser consumado, alerta para a necessidade de medidas de proteção mais rigorosas para preservar o rico patrimônio cultural da França.
