O Roubo Inusitado
Em uma manhã de 19 de outubro, o renomado Museu do Louvre, em Paris, foi palco de um roubo audacioso que rapidamente ganhou a alcunha de “roubo do século” entre diversos veículos de comunicação franceses. Com um planejamento meticuloso, os ladrões conseguiram efetuar o crime em questão de minutos, deixando autoridades e especialistas perplexos.
Os ladrões, que usavam balaclavas, invadiram uma galeria localizada no andar superior do museu com a ajuda de uma cesta elevatória. Essa manobra, realizada com um caminhão do tipo “cherry picker”, permitiu que eles quebrassem uma janela e acessassem a área onde estavam guardadas joias da coroa francesa. A promotora de Paris, Laure Beccuau, relatou à televisão local que os criminosos atacaram apenas meia hora após a abertura das portas ao público.
Embora não estivessem armados com armas tradicionais, os ladrões ameaçaram os seguranças com ferramentas que usaram para cortar a janela. De acordo com reportagens do Le Monde e outros meios franceses, o grupo era composto por quatro indivíduos, dois dos quais vestiam coletes refletivos, com a intenção de se passar por trabalhadores da construção. Enquanto dois permaneciam no caminhão, os outros usavam scooters para facilitar a fuga.
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Na pressa de escapar, a gangue tentou incendiar o guindaste, mas não teve sucesso. O museu foi rapidamente evacuado, e permaneceu fechado até o dia seguinte, 20 de outubro.
O Que Foi Roubado?
Durante a ação criminosa, os ladrões miraram em nove objetos valiosos, dos quais conseguiram roubar oito. Um deles, a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, foi deixada para trás após ser derrubada durante a fuga. Essa peça, que possui 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, é avaliada em “várias dezenas de milhões de euros”, segundo Alexandre Giquello, presidente da casa de leilões Drouot. Giquello, no entanto, observou que essa coroa não era o item mais relevante do roubo.
Os oito objetos roubados incluem relíquias importantes, como uma tiara de safira da rainha Maria Amélia, um colar de esmeraldas da imperatriz Maria Luísa e uma tiara que pertenceu à imperatriz Eugênia. Surpreendentemente, os ladrões não levaram o famoso diamante Regent, que está avaliado em mais de US$ 60 milhões.
Possíveis Suspeitos
Após o crime, Beccuau afirmou que todas as linhas de investigação estão abertas, embora a possibilidade de interferência estrangeira não seja uma das principais hipóteses. Em sua opinião, é possível que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador, o que poderia aumentar as chances de recuperação das peças intactas. Por outro lado, a promotora também destacou que a ação pode ter sido realizada por ladrões interessados apenas em obter lucro com as joias e metais preciosos, sugerindo um possível envolvimento de crime organizado.
“Estamos considerando a hipótese de crime organizado”, disse Beccuau, enfatizando que os autores do crime poderiam estar trabalhando para um comprador específico ou buscando meios de lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas.
O Destino das Joias
Segundo especialistas, menos de 10% das obras de arte roubadas são recuperadas. As peças levadas do Louvre foram descritas como “completamente invendáveis” em sua forma atual, o que poderia indicar que poderiam ser desmontadas e reconstruídas, tornando mais difícil sua identificação no mercado. Giquello expressou a esperança de que os criminosos reconheçam a gravidade de seus atos e optem por devolver os itens, já que a venda das joias, como estão, representa um risco elevado.
De acordo com Tobias Kormind, diretor-gerente da 77 Diamonds, a probabilidade de que essas joias voltem a ser vistas é bastante remota. Ele alertou que gangues profissionais frequentemente destroem e modificam pedras preciosas reconhecíveis para evitar a detecção e apagar qualquer traço de sua proveniência.
